quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Capitulo 36- Um desejo ardente de vingança.


   Passadas duas semanas do término do combate com os G-men, Khoury se encontra trancado em sua casa, na Painting Village, ainda se culpando pelo ocorrido com seu pai.


 — Vão na casa dele de novo? — a enfermeira pergunta, observando Mira se debruçar no balcão e, logo atrás dela, Lyon e Michiyo se aproximarem. — Não que eu tenha algo com isso, mas acho estranho irem lá todos os dias. Já fazem duas semanas e ele nem abre a porta. Deve estar fazendo trancinhas no pelo do Luxray, a última vez que o vi estava chorando nas costas dele. Pobre Pokemon...

 — Estamos tentando de tudo para o ajudar, mas ele não quer mesmo. Só que não iremos desistir, ele é nosso amigo! — Michiyo exclama, otimista. — Vamos deixar as chaves dos quartos alugados com a sua Blissey.

 — Certo, boa sorte com o Khoury! — ela acena, se despedindo.

   Caminhando em direção à casa de Khoury, os três amigos conversam.

 — Vocês acham que vale a pena mesmo passar esse tempo todo aqui? Talvez fosse melhor o deixarmos em paz. — Mira sugere, fitando o chão. — Já ficamos tanto tempo aqui que o meu Litten até evoluiu para Torracat.


 — Sei que continuam aqui porque eu fico insistindo, me desculpem... Mas Khoury não desistiu de mim quando o contei que era dos G-men ou até mesmo quando Lance me capturou. Mesmo depois de tudo que fiz, ele ainda quis me ajudar. Acho que... devo isso à ele.

 — Não tem problemas, estamos contigo! — Michiyo pisca, fazendo Lyon sorrir. — Enfim, chegamos.

   Todos param na frente da porta da casa de Khoury. O tapete de "Bem Vindo" estava empoeirado e um Smeargle pintava a janela usando sua cauda. Mira bate na porta várias vezes, porém, nada acontece.


 — Seria tão mais fácil mandar o Torracat destruir essa porta... — de repente, todos escutam o barulho de um cadeado sendo destrancado. — Khoury?!


~Lax!

 — Luxray? Não sabia que você sabia abrir portas. — Lyon faz um cafuné na cabeça de Luxray, que se vira, revelando Khoury deitado em suas costas com um notebook nos braços.

 — Ele não sabe, fui eu. — Khoury fala, sério.

 — Huh? Luxray agora virou mesa de Notebook? Luxray multi uso! — Michiyo brinca, esperando fazer o amigo rir. Porém, ele continua vidrado em seu notebook. — Escuta, Khoury... Estamos aqui há duas semanas tentando te alegrar. A culpa não foi sua. Você não sabia dos motivos do seu pai ter se afastado. Isso já ficou no passado, tem que superar!

 — É porque não é o seu pai. — ele retira um copo do pelo de Luxray e bebe um pouco de água.

 — Lax.

 — Urgh, que nojo... — Mira faz cara de nojo, colocando a língua para fora da boca.

 — Meus pais não me quiseram criar mais depois que ganhei o cajado do Yveltal. Fui tratada como uma feiticeira na cidade, algumas pessoas disfarçavam quando falavam comigo, mas no fundo tinham medo de mim. Eu superei isso e sei que você pode superar o que aconteceu também! Na época eu não tinha amigos para falar sobre meus problemas, mas com você é diferente! Você me, ou melhor, nos tem.


 — O que vocês querem? — Khoury encara Michiyo, que sente algo diferente em seu olhar. Ela se irrita e se joga em Luxray, derrubando o garoto de suas costas.

 — Você não vai passar mais nenhum minuto vivendo nas costas desse bicho! Não é nada pessoal, Luxray, eu te adoro.

 — Lax...

 — Eu não estou vivendo nas costas do Luxray. — Khoury retira uma blusa de dentro do pelo de Luxray e a coloca numa mesa. — Estive pesquisando esse tempo todo sobre os Herdeiros do Tempo.

 — Aquele grupo que lançou a maldição no seu pai? — Lyon pergunta, observando várias imagens na tela do notebook.

 — Sim. Eles estão reunindo as orbes dos dragões lendários da mitologia de Sinnoh, Giratina, Dialga e Palkia, que era o dono da orbe que meu pai guardava. A de Giratina foi roubada de um templo em Sinnoh e a de Dialga era uma herança da família do mestre deles, Byakuran. — Khoury mostra algumas imagens das orbes que havia salvado em uma pasta.


 — Byakuran planeja usar as três orbes no último dia do inverno, em Blizzfalt, para abrir um portal entre todas as dimensões paralelas e chamar Dialga, Palkia e Giratina, que podem alterar o tempo, o espaço e os seres vivos. Com a orbe deles é possível fazer coisas especiais, como viajar no tempo ou para outros lugares no presente. Eles tem uma espécie de Q.G. temporário no norte da ilha, planejo ir para lá para me vingar. 


 — Isso não pode acabar bem, Khoury. A vingança não leva à nada. Está certo que eles tem um objetivo muito ruim, mas se você for tentar pará-los com o seu desejo de vingança, não irá conseguir. Precisa querer e... — Lyon para de falar ao observar Khoury com os punhos cerrados.

 — Eu não me importo com o objetivo deles! Eu quero o meu pai de volta e tenho um plano! Vou viajar para o norte de Blizzfalt, hoje mesmo. O inverno acabará em oito dias e meu plano só dará certo se eu conseguir chegar à tempo! — ele grita, irritado. Lyon se afasta um pouco, assustado.

 — Mas o norte é muito frio, ainda mais no inverno... — Michiyo leva uma mão até seu braço, tentando convencer Khoury à não fazer o que pretende.

 — Vocês não precisam ir comigo. Isso é algo pessoal, não é da conta de vocês.

 — Nós iremos com você. — Michiyo exclama, surpreendo todos.

 — Eu não concordei com nada, querida. — Mira cruza os braços, assim como Lyon.

 — Se Khoury acha que ele está certo, iremos com ele.

 — Não estou muito certo disso... Ainda mais Khoury estando cego de raiva. — Lyon tenta falar, mas de nada adianta. Michiyo havia tomado a decisão por todos e não queria mais saber de nada. — Você não perdeu sua personalidade antiga mesmo...

 — Lax!! — Luxray rosna, chamando a atenção de todos, que observam Khoury se direcionando à porta.

 — Você já vai?! Tome um banho primeiro, está fedendo! Viver nas costas do Luxray não é muito higiênico... — Lyon sugere, mas Khoury o ignora.

   Fora de casa, o menino esbarra em alguém, que pragueja.


 — Por acaso não olha por onde anda?! — a pessoa se revela Kodai, o ex cientista da Team Turbo que foi possuído por Yveltal em Blazeflügel. — Espere... você!!

 — Eu lembro de você... Kodai, não é? O que não foi encontrado em Blazeflügel...

 — Ehr...  Tenho que ir! — Kodai corre para longe, extremamente apressado. Ele deixa um líquido escorrer do bolso de seu jaleco, que Khoury logo identifica.

 — Veneno Break.

 — Huh? Aquele era o Kodai?! — Michiyo pergunta, deixando a casa de Khoury e observando Kodai correndo.

 — Isso não é bom sinal... — Lyon murmura.

 — Eu senti o mesmo que senti na primeira vez que encontrei Yveltal, lá em Blazeflügel... Acho  que algo de ruim vai acontecer.

   Enquanto isso, em outro lugar, um homem fitava uma parede, com as pernas cruzadas.


 — Algo de ruim está destinado a acontecer.

Arco 3 - Herdeiros do Tempo

Continua

O.B.S.: O capitulo foi curto apenas para dar inicio ao arco 3(penúltimo arco da Fanfic). Os próximos capítulos também serão nesse estilo, usando — ao invés de Khoury: . Me sinto mais confortável escrevendo assim, agora que me acostumei nesse estilo. :3 Para os que não sabem ainda, estou com Fanfic nova. Se trata da história de Mike, o garoto da profecia do escolhido. Aos que quiserem ler, é só clicar aqui para ir para o blog. Obrigado por ler! \o/

Um comentário:

  1. O capítulo serviu bem como prólogo para o 3º arco, conseguiu passar bem o sentimento de Khoury em relação aos herdeiros do tempo, sem perder o toque humoristico, espero que Luxray não tenha pizza no pelo, ou a sua extinção pode estar marcada...
    O aparecimento do Kodai e do feinho atira o começo do arco de cabeça para o plot, o confronto com esse homem parece inevitável e o Kodai deixando cair o veneno me faz perguntar de que lado ele está.

    Continua ^^

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